Cantos dos Escravos: modos de vida do tempo da escravidão (7° e 8° anos)

Nessa parte da aula os estudantes terão contato pela primeira vez com “Os cantos dos escravos”. Analisaremos os cantos I, II e V. O objetivo principal desse momento é estimular o método de escuta atenta das músicas e identificar as primeiras impressões e significados. 1 – Audições da música sem letras. Os estudantes deverão prestar atenção na sonoridade, instrumentos, andamento, entonação do canto, temas e significados das músicas. 2 – Discussão coletiva sobre as primeiras impressões dos estudantes, destacando o que foi observado pela turma. 3 – Novas audições sem letras. Os estudantes deverão anotar os trechos que entendeu dos cantos, apontar as partes que não compreende, aprofundando a compreensão dos significados da fonte analisada. 4 – Discussão coletiva a partir das anotações, tentativa de análise do material coletado para a busca de possíveis significados. Percepção da existência de palavras de outros idiomas (origem banto) no universo da escravidão no Brasil, estimulando a compreensão da complexidade das relações sociais estabelecidas.

Nesse momento, a fonte histórica analisada, Os cantos dos Escravos, será aprofundada em sala de aula. O texto O canto dos escravos: sons de trabalho, música de liberdade, de Nabor Jr., será disponibilizado aos estudantes para leitura prévia. O professor contextualizará oralmente a origem dos cantos, onde e como esses cantos foram recolhidos, a criação do álbum “O canto dos escravos”, destacando a importância desse material para a memória afro-brasileira. Os estudantes serão estimulados a debater sobre o assunto.

Nesse momento, os estudantes aprofundarão a análise dos cantos, buscando construir olhares e perguntas para entender as experiências da população cativa no tempo da escravidão. 1 – Audições da música com letras. Os estudantes deverão prestar atenção nos mesmos aspectos da escuta sem letra, mas agora com o texto em mãos. O objetivo é construir interpretações mais profundas do tema. 2- Discussão coletiva dos cantos com destaque aos aspectos do cotidiano da época da escravidão: religiosidades, idiomas, relações de poder, espaços habitados, sonoridades, sociabilidades, tradições, formas de trabalho, visões de mundo, imposições, resistências e negociações. Observação: Uma proposta de análise prévia dos cantos e de questões que serão abordadas está anexada aqui.

Nesse momento, debateremos sobre a importância da preservação, difusão e estudo dos cantos dos escravos como fontes históricas. Pretende-se estimular a reflexão sobre o silenciamento das histórias/ memórias de parte da população brasileira, em especial negros e indígenas, em contraponto à prevalência da matriz europeia. Os objetivos dessa discussão é problematizar o racismo estrutural, valorizar a complexidade social e todas as culturas que compõe a formação do povo brasileiro.

Os estudantes produzirão textos (reportagem jornalística, poesias, músicas, artigos de opinião, mensagem para um colega, outros) refletindo sobre os cantos, a experiência da escravidão e a valorização da cultura afro-brasileira.