MULHERES PRESENTES

Ouvir a canção "Os Hôme implica comigo", composta por Carmem Miranda e Pixinguinha, interpretada pela própria Carmem Miranda. Observar como a música é cantada, perceber no canto a fala cotidiana e a entonação alegre, como se fosse uma "paródia" dos costumes da época. Após a audição,em uma roda de conversa, problematizar a "implicância" masculina citada e a crença de que as mulheres não são capazes de criar. Debater a importância das cantoras, numa época em que as mulheres deveriam viver no anonimato. Muitas compositoras não assinaram a própria obra, mas registraram a partir da canção popular o que não lhes era permitido, pensar e falar. Carmen, por exemplo, canta de modo irônico a mulher brasileira, vítima de preconceito, tentando viver em uma sociedade machista.

Orientar a pesquisa sobre a biografia de Dolores Duran e a identidade feminina nos anos da década de 1950. Durante a pesquisa, registrar as mudanças e permanências, observadas com relação aos valores e regras identificadas como femininas, na canção "Os hôme implica comigo".

Após a devolutiva da lição de casa, em grupo, realizar a análise comparativa das canções "Quem sou eu" e "O negócio é amar", ambas de Dolores Duran.Para isso, os estudantes devem ouvir as canções, analisar como a música está sendo cantada, sua melodia, ritmo e voz. Depois, devem analisar a letra, no contexto em que foi escrita. Assim, poderão fazer a relação entre a melodia e a letra. Nessa análise, devem observar como o estereótipo da mulher submissa, da primeira letra, se contrapõe ao discurso do amor romântico, criticado pela compositora, na segunda canção. Problematizar como a vida pessoal de Dolores Duran, marcada por decepções e traições aparecem em suas composições: forte, trágica, triste. Casou-se, desquitou-se, morou sozinha, conheceu novos amores, era pobre, mestiça, numa época em que a sociedade exigia da mulher a obediência para ser filha, esposa e se preparar para a maternidade. Perceber como as canções registram a identidade feminina nos anos 1950, anotar as mudanças e permanências com relação aos anos 1930 (retomar as conclusões das atividades anteriores).

Ler e analisar um fragmento da Lei nº 11.340/2006 que trata das formas de violência doméstica e familiar contra a mulher. Identificar as principais formas de violência, citadas no artigo 7º desta lei, que podem ser observadas nas canções, analisadas anteriormente, de Carmem Miranda e Dolores Duran.

Ouvir as canções "Cabocla Tereza","Maria da Vila Matilde" e "Disque Denúncia" para refletir sobre o direito à sexualidade, negado pelo machismo, que vê no ciúme e no assassinato provas de amor. Discutir a permanência do assédio e da violência contra a mulher, na atualidade, a partir das canções.Comparar histórias recentes, divulgadas pela mídia, como o caso entre o jogador Neymar e a modelo Najila Trindade,com a letra das músicas que serão analisadas.

Organizar uma linha cronológica das canções utilizadas na aula, destacando as denúncias de violência contra a mulher nelas observadas, em diferentes épocas. Criar uma apresentação (cartaz, jornal mural ou blog, por exemplo) sobre as pesquisas e estudos feitos, divulgando na escola os principais resultados, destacando trechos das obras e das artistas, incluindo a linha cronológica, imagens, trechos de reportagens e outros dados que resultem numa campanha de esclarecimento e combate a violência contra a mulher.