Cantando a Primeira República: política e sociedade a partir da música popular do período

Aula introdutória:

Aula expositiva sobre a Primeira República, havendo a apresentação de conceitos e dos fatos históricos, discutindo-se as características da sociedade, da economia, do sistema político-eleitoral e as contradições entre o Brasil que se pretendia moderno e a realidade arcaica, desigual e injusta que prevalecia. Neste contexto, pretende-se analisar a conjuntura política, o jogo das oligarquias regionais e o liberalismo excludente. Propõe-se também lançar luz sobre a dicotomia urbano versus rural, pensar o mundo do trabalho em uma época onde a abolição ainda era recente e refletir sobre as condições de vida da população brasileira. Ao fim da aula se apresentará o site "Quem que inventou o Brasil?", sugerindo que os alunos naveguem por ele e tentem identificar alguns temas que são tratados nas canções ali apresentadas. A partir da apresentação do site, haverá a proposição da realização de discussões e atividades com as canções populares de época. Serão identificados dos alguns dos nomes dos músicos autores e intérpretes das canções que serão trabalhadas em sala como Artur Castro Budd, Cadete, Eduardo das Neves e Pepa Delgado.

Identificação de autores e intérpretes e análise dos temas por eles abordados nas canções:

No segundo momento da atividade, os alunos serão distribuídos em grupos recebendo cada um deles nomes de autores e intérpretes das canções que serão trabalhadas em sala de aula. Nesta etapa, será permitida a pesquisa em sítios na internet para que se trace um perfil de tais pessoas, identificando a origem social de cada um deles, as regiões onde nasceram e viveram e como podem ter transportado a representação que faziam da política e da sociedade para as suas canções, permitindo uma melhor compreensão e interpretação dos temas cantados nas canções escolhidas.

o. Discutir a origem social de tais pessoas, as regiões onde nasceram e viveram e como podem ter transportado a representação que faziam da política e da sociedade para as suas canções. A partir destes nomes, os alunos se organizarão em equipes para a realizar a pesquisa e construir um perfil de cada um dos artistas mencionados para discutirmos em sala.

Discussão sobre as relações políticas na Primeira República e análise de canções:

No terceiro momento da atividade, propõe-se discutir as relações políticas na Primeira República, passando pela análise do sistema político, do modelo eleitoral e das tentativas de controle sobre a massa, sobretudo no interior do país. Neste sentido, serão analisadas em sala de aula canções populares do período buscando compreender como funcionavam os mecanismos de controle do poder tanto nacionalmente quanto regionalmente e como os artistas do período percebiam e narravam tais aspectos em suas canções como as fraudes eleitorais, o voto de cabresto, o uso da violência, o mando das oligarquias. Para tal, serão apresentadas 4 canções: Cabala eleitoral (Bahiano e Cadete); Capanga eleitoral (João de Barros); As eleições de Piancó (Eduardo das Neves) e O pai de toda gente (Eduardo das Neves). As canções serão ouvidas em sala de aula com a projeção de suas letras em tela. Logo após a apresentação, abrirá-se espaço para que os alunos relatem a sua compreensão das músicas, permitindo o debate e a ampliação sobre a representação que as pessoas comuns faziam dos acontecimentos da Primeira República, permitindo ao aluno expressar a sua compreensão do tema como a sua interpretação sobre a canção, sendo dada a palavra aqueles que quiserem fazer dela uso.

Atividade final - seminário:

A finalização da atividade será através de um seminário onde os alunos serão divididos em dois grupos e receberão canções que fazem referência a dois dos principais movimentos de revolta popular ocorridos durante a Primeira República: a Revolta da Vacina e a Guerra do Contestado, sendo as seguintes canções: Revolta da Vacina - Rato, rato (Claudino Costa) e A vacina obrigatória (Mário Pinheiro); Guerra do Contestado - Santa Catarina e Paraná (Bahiano e Cadete) e A Revolução no Paraná (Eduardo das Neves). Os alunos apresentarão as canções em sala, realizando a contextualização e fazendo a análise a partir de sua compreensão daquilo que é cantado pelos intérpretes. Ao fim, pretende-se abrir espaço para um breve debate onde se discutirão aspectos como a representação que os artistas da época fizeram dos fatos históricos que vivenciaram e da sociedade ao seu redor, o uso da ironia e do humor como crítica social e política e uma comparação entre a História estudada em sala de aula e aquela percebida e narrada pelos artistas apresentados.