Uma guerra, várias versões

Em um primeiro momento, serão retomados os conhecimentos construídos sobre a Guerra Fria. A professora fará uma série de questionamentos à classe, e com as respostas obtidas, será feito um mapa mental na lousa. Dentre esses questionamentos, inclui-se: quais eram as potências oponentes, o porquê do uso do adjetivo “fria” na expressão, de quais maneiras se dava o conflito, etc. Os alunos devem registrar o mapa em seus cadernos, para que consultem quando acharem conveniente. É importante enfatizar para a turma que embora Estados Unidos e União Soviética não tenham se enfrentado de maneira direta, não quer dizer que o período foi pacífico, devido à busca por áreas de influência e a formação e alianças e blocos.

Os alunos serão divididos em duplas. Cada uma delas receberá uma cópia do texto abaixo, adaptado de “Guerra do Vietnã – origens – Do domínio francês à Conferência de Genebra”, de Gilberto Salomão. Cada aluno lerá em voz alta uma parte do texto, leitura essa acompanhada silenciosamente pelos demais.

Após a leitura, será elaborada uma linha do tempo coletivamente com as informações contidas no texto sobre a relação do território da Indochina com nações estrangeiras. Devem ser considerados os seguintes pontos: o domínio francês sob a Indochina (resultado do neocolonialismo no século XIX), a ocupação japonesa durante a Segunda Guerra, a divisão do Vietnã na Conferência de Genebra (divisão essa influenciada pelo contexto da Guerra Fria). Caso essas “etapas” da Linha não sejam espontaneamente trazidas à tona pelos alunos, deve haver direcionamento por parte do docente. Lembrar aos alunos que a Linha do Tempo também deve ser registrada no caderno.

Os mapas a seguir serão projetados para a sala. A professora pedirá à turma que apontem quais foram as mudanças na configuração espacial do território onde se deu a Guerra do Vietnã, comparando um mapa com outro; em seguida, os alunos deverão elaborar possíveis títulos para os três mapas. As sugestões serão anotadas no quadro e os alunos escolherão aquelas consideradas mais adequadas, através de argumentação consistente.

A canção Era um garoto, de Os incríveis (versão de uma canção italiana composta por Franco Migliacci e Mauro Lusini, lançada em 1966), será executada para a classe.

Em um primeiro momento, propõe-se que ouçam a música, sem ter acesso a letra. Solicitar a eles que não se atenham somente ao texto que acompanha a melodia, mas que procurem desvendar as paisagens musicais, levando em consideração as mudanças de intensidade no ritmo e na entonação do intérprete, os efeitos sonoros,etc.

Em seguida, haverá nova execução da canção, dessa vez acompanhando a letra dela. Após isso, deve-se verificar se há nomes e palavras cujo significados desconhecem, anotando-os no quadro. Em seus celulares, buscarão esses significados, que serão postos na lousa. Então, a professora vai reler a letra, atentando-se às palavras que até então eram desconhecidas, relembrando seus significados.

Em grupos, os alunos deverão responder às seguintes questões:

1) Quem é o personagem central da canção?

2) Como era sua vida no início da letra? Por que ela mudou (apontar para os paralelos traçados, como entre a metralhadora e a guitarra)?

3) Qual o significado da onomatopeia usada pelo compositor, “Ratatá”?

4) Dentro dessa canção, há uma outra, instrumental. A que situação essa canção nos remete?

5) O que o autor pode ter querido dizer ao compor o verso “no peito um coração não há, mas duas medalhas sim”?

6) Em que ano essa música foi composta? A Guerra parecia estar próxima do fim? Como a opinião pública estava reagindo em relação a ela (a favor ou contra)?

Concluída essa parte, os grupos compartilharão suas impressões com os demais. A que conclusão a turma chega, com relação ao objetivo do autor da canção? Qual teria sido sua intenção ao compô-la? Espera-se que tenham compreendido que se trata de um protesto contra a Guerra do Vietnã, que ceifava a vida de vários jovens norte-americanos.

Os alunos serão divididos em duplas. Cada uma delas receberá uma cópia do texto abaixo, trecho de um discurso proferido por Lyndon em 29/09/1967 (tradução livre a partir de vídeo disponibilizado no YouTube). Cada aluno lerá em voz alta uma parte do texto, leitura essa acompanhada silenciosamente pelos demais:

Após a leitura desse trecho do discurso, discutir com a turma:

1) Qual o objetivo de Johnson ao proferir essas palavras?

2) O Vietnã é descrito como “complexo” pelo presidente dos EUA. Por quê?

3) Qual seria o papel dos Estados Unidos em meio a essa “complexidade” do Vietnã?

O objetivo é fazer com que os alunos percebam que os Estados Unidos justificavam sua presença na guerra a partir de seu papel de “polícia do mundo”, defensor da liberdade perpetrada pelos atrozes e imperialistas comunistas. Suas razões são nobres, não são movidos pela sede de poder como seus oponentes. Embora diga que há americanos “sinceros e patriotas” que questionam se a guerra seria o melhor caminho a seguir, o presidente ressalta que a decisão fora tomada por 3 presidentes, meio milhão de jovens soldados e o Senado. Quer dizer, obviamente sobrepõe esses aos demais.

Sistematizar na lousa o resultado da discussão e pedir para que os alunos transcrevam para os cadernos deles.

A turma será instada a descrever o que vê nas fotos a seguir e a sensação que elas provocam. A professora lhes dirá quem são os autores das imagens e, de posse dessa “pista”, deverão pesquisar na internet outras informações como, quando foram tiradas, quais as cenas mostradas. Em seguida, pedir para que expliquem: por quais razões essas imagens causaram tanto impacto na opinião pública?

A foto 1, produzida em 01 de fevereiro de 1968, mostra a execução sumária de Nguyen Van Lem, um jovem soldado vietcong, com as mãos algemadas às costas. O Brigadeiro General Nguyen Ngoc Loan, chefe de Polícia Nacional do Vietnã do Sul, não se intimidou com a câmera e tranquilamente atirou na cabeça do prisioneiro, no meio da rua em Saigon. A imagem, publicada no New York Times provocou grande escândalo pois, o vilão da foto era aliado dos Estados Unidos.

Já a foto 2, mostra a célebre vítima de um ataque químico, realizado em junho de 1972, contra o vilarejo de Trang Bang. Com o corpo queimado, a menina Kim Phuc Phan Thi, corria desesperada em meio a outras crianças. Tornou-se um símbolo das barbáries da guerra contra milhões de civis.

Importante destacar o impacto da mídia na opinião pública, fator razoavelmente recente no período, mas amplamente perceptível atualmente. É importante registrar as informações obtidas.

Após as leituras e discussões realizadas em sala de aula, a turma será dividida em grupos. Será realizada uma espécie de tribunal, para julgar a participação dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Um grupo fará a defesa, outro a acusação, outro será o júri. A defesa e o júri deverão fazer uso do conhecimento construído aos longos das aulas, acrescido de outras informações advindas das pesquisas que façam em casa. Poderão utilizar imagens estáticas ou em movimento para defenderem seu ponto de vista. Ao final da exposição de ambas as partes, o júri deverá não só sentenciar a presença dos Estados Unidos no conflito, mas formular um parecer referendando seu parecer.