A participação na Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), um projeto da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e que está com inscrições abertas para sua 11ª edição, tem incentivado professores a voltarem às universidades para realização de pós-graduação, em especial mestrado e doutorado.
A iniciativa dos docentes tem contribuído de forma significativa para melhoria do ensino em sala de aula.
Quando a 2ª edição do projeto foi realizada em 2010, apenas 14% dos professores participantes tinham título de mestrado. No ano passado, na 10ª edição, esse percentual passou para 27%. O número de doutores passou de 2% para 6%.
A olimpíada, realizada anualmente por alunos de todo o Brasil, prevê em sua dinâmica a participação dos professores de História que atuam como orientador das equipes compostas por mais três integrantes. O formato faz com que os participantes desempenhem o papel de historiadores por meio de pesquisa e análise de documentos, textos, imagens etc, impulsionando os docentes a buscarem projetos de pesquisas nas universidades do país.
“Acredito que a Olimpíada estimula o professor a trabalhar o ensino de História investigativo, uma vez que propõe em sua metodologia análise de imagens, dados e documentos. O professor que está há muito tempo em sala de aula foi formado em outra lógica, mas a Olimpíada o reconecta com a pesquisa”, explica Cristiani Bereta, professora do departamento de História da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e coordenadora da área da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) do ProfHistória.
O Programa de Mestrado Profissional de Ensino de História (ProfHistória) é um projeto nacional de pós-graduação desenvolvido em rede por diversas universidades e tem sido um dos caminhos procurados pelos professores participantes da olimpíada.
Com o incentivo à pesquisa, o trabalho realizado por esses docentes traz resultados significativos para a sala de aula. Um exemplo é a professora do Rio de Janeiro Laira de Azevedo Pinheiro que após sua experiência na ONHB desenvolveu uma metodologia de avaliação que foi objeto de estudo no mestrado finalizado ano passado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), por meio do ProfHistória.
“A partir da experiência na Olimpíada de História passei a aplicar um novo método de avaliação com meus alunos. A prova deixa de ser o momento de punição ou imposição da escola que exige do aluno conhecimento ou datas decoradas. Pelo contrário, o estudante se depara com questões a partir da sua realidade e isso é transformador”, explica.
Também inspirado pela ONHB, o professor de Santa Catarina Jaison Simas concluiu o mestrado em julho do ano passado, na UDESC, onde analisou o ensino de História Indígena dentro da sala de aula. No projeto, o professor aplicou questionários para analisar a visão dos estudantes sobre o tema e durante dois meses realizou discussões e análises com base em documentos utilizados na Olimpíada.
“Os estudantes passaram a ter um olhar diferenciado sobre os modos de ser e viver dos povos indígenas na atualidade, percebendo a diversidade e o protagonismo na História do Brasil. Muitas vezes, o professor desenvolve um trabalho rotineiro, técnico junto aos alunos e a ONHB propõe uma abordagem diferente dentro das escolas”, afirma.
Para a coordenadora da Olimpíada de História e professora da Unicamp, Cristina Meneguello, as consequências dos trabalhos desenvolvidos pelos professores em sala de aula são significativas. “São docentes que, ao buscarem a pós-graduação, querem aperfeiçoar e melhorar o ensino de História aos seus alunos. Saem de uma rotina muitas vezes maçante dos ensinos Fundamental e Médio e propõem soluções inovadoras”, afirma.
Sobre a Olimpíada de História
As inscrições para a 11ª edição da Olimpíada Nacional em História do Brasil estão abertas até dia 26 de abril. A competição conta com seis fases online, além da final presencial realizada na Unicamp, em Campinas-SP. As provas são realizadas durante as etapas – com duração de uma semana cada – pelas equipes formadas por um professor de História e três alunos. As respostas (questões de múltipla escolha e realização de tarefas) podem ser elaboradas pelos participantes com base em debate com os colegas, pesquisa em livros, internet, orientação do professor, além de uma gama de documentos e referências oferecidas. Ao completar as seis fases online, as equipes finalistas participam da grande final presencial na Unicamp, nos dias 17 e 18 de agosto. Na final, os grupos realizam uma prova dissertativa no sábado e, no dia seguinte, participam da premiação com entrega de medalhas. Podem participar alunos dos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e todos os anos do Ensino Médio de escolas públicas e particulares. Em 2018, a ONHB contou mais de 57 mil inscritos.
Serviço:
Inscrições:
De 14/02 a 20/03 – inscrição por equipe: R$ 38,00 (alunos de escolas públicas) e R$ 78,00 (alunos de escolas particulares)
De 21/03 a 26/04 – inscrição por equipe: R$ 58,00 (alunos de escolas públicas) e R$ 118,00 (alunos de escolas particulares)
Mais informações, regulamento e inscrições no site: olimpiadadehistoria.com.br
Informações: Assessoria de Imprensa ONHB
Contato: Bruna Mozer
assessoriadeimprensaonhb@gmail.com
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