Equipe "Esperança Garcia 1770". Foto: arquivo pessoal
Nos próximos dias 18 e 19 de agosto, alunos e professores de todo o país desembarcarão em Campinas para a grande final da 10ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB). E entre as centenas de equipes que passarão o final de semana na Unicamp, dez delas são as únicas representantes de seus estados na final da ONHB. Com exceção do Amapá, todos os demais estados brasileiros terão equipe representante na última fase da competição.
Nós conversamos com esses finalistas para conhecer mais sobre suas histórias e saber como se sentem sendo os únicos de seus estados na final que conta mais de 1,2 mil equipes.
Conheça a história da equipe "Esperança Garcia 1770", do Piauí
A equipe “Esperança Garcia 1770”, do município de Corrente, é a única do estado do Piauí que estará na final da ONHB. Os alunos Filipe Rodrigues Nogueira da Cunha, Roseanna Alves Menezes, Kalyne Aguiar e o professor Marciano Vieira de Andrade fazem parte de um total de 247 equipes do estado que se inscreveram na Olimpíada de História neste ano.
Os estudantes estão no 3º ano do Ensino Médio do Instituto Federal de Educação do Piauí- Campus Corrente, município localizado no extremo sul do estado e que conta com 25,4 mil habitantes. Entre as dificuldades encontradas pela equipe está o acesso restrito à internet, o que reduziu o tempo para que pesquisas e realização das atividades propostas nas fases na Olimpíada. Confira a entrevista:
Como foi a decisão de participar da ONHB?
A participação na ONHB faz parte de um projeto de ensino desenvolvido pelo professor orientador com o objetivo auxiliar e incentivar os alunos da escola a participarem da olímpiada. Assim, os estudantes são convidados pelo próprio professor para se inscrever na competição. A equipe conta com membros veteranos, como o professor e o aluno Felipe, e integrantes que participaram pela primeira vez: as alunas Kalyne e Roseanna.
Como é a escola de vocês?
A escola é pública e pertencente à rede federal e pública de ensino. Seu porte pode ser considerado grande. Podemos dizer que está localizada no extremo sul do estado, atendendo a um público com grande dificuldade de acesso a escolas localizadas nos grandes centros urbanos.
O que mais gostaram na ONHB?
O incentivo à pesquisa, a apresentação de temas pouco abordados nos livros escolares e o formato original da competição.
Como é estar na final?
É emocionante e gratificante estar na final e ver nossos esforços e as horas de estudos recompensados. Também sentimos um enorme orgulho por representar o Piauí, ao mesmo tempo em que reconhecemos a grande responsabilidade de ser a única equipe do estado na final. Também é um enorme prazer poder homenagear uma importante personagem do nosso estado, dando o nome de Esperança Garcia à nossa equipe. A escolha foi feita pela sua relevância na História piauiense. Trata-se de uma ex-escrava que escreveu uma carta onde denunciou os maus tratos que sofria. O documento é considerado a primeira petição escrita por uma mulher na História do Piauí, tornando-a uma precursora da advocacia no estado.
Quais foram as principais dificuldades enfrentadas pela equipe?
A equipe tinha poucos recursos, como acesso restrito à internet. Alguns membros da equipe não possuem computador em casa e dependiam exclusivamente da internet oferecida pela escola. Houve muita dificuldade em conciliar os horários disponíveis no laboratório de informática com o tempo vago dos alunos. Também enfrentamos dificuldade de entrosamento entre integrantes da equipe; adaptação das alunas iniciantes ao formato pouco comum da olímpiada e conciliação das atividades da ONHB com o cotidiano escolar.
Como se sentem vindo para Campinas?
Infelizmente, por decisão da família, a Roseanna não poderá ir a Campinas participar da final. Mesmo assim, os demais membros sentem-se muito orgulhosos por esta conquista.
Kalyne: já tinha saído do estado, mas não para um lugar como Campinas que é uma cidade bonita e com uma infraestrutura magnífica. Acredito que é uma experiência muito engrandecedora, tanto como estudante e quanto como pessoa.
Filipe: para mim será uma oportunidade única conhecer Campinas, já que as únicas grandes cidades que fui são Teresina e Brasília. Também nunca tive a oportunidade de viajar de avião. Ainda não me dei conta de que estou na final da ONHB e acho que estou num grande sonho. Tenho certeza que participar desta final será uma experiência única e imensamente construtiva. Volto a dizer que é uma honra, mas também uma grande responsabilidade representar o Piauí na final.
Professor: já saí do Estado várias vezes. Para Campinas, será a primeira vez e tem sinto uma enorme felicidade por ser uma grande cidade e por ter uma das maiores universidades da América Latina: a Unicamp, referência tanto na produção historiográfica quanto em outras áreas do conhecimento. É uma enorme alegria poder conhecer pessoalmente um centro de ensino e pesquisa tão importante em nosso país. Como professor e estudante da História me sinto realizado.
Para elaborar essa reportagem, a comunicação da ONHB enviou as perguntas aos participantes por e-mail. As entrevistas serão publicadas diariamente e por ordem alfabética daquelas equipes que responderam e enviaram as autorizações para as postagens. Acompanhe essa série de entrevistas e conheça mais sobre os finalistas da 10ª Olimpíada de História.
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