Um total de 2.251 trabalhos realizados pelas equipes participantes da 11ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), que traz pesquisas e informações de personagens raramente estudadas na historiografia tradicional, foi publicado e está disponível no site do projeto (www.olimpiadadehistoria.com.br/especiais/excluidos-da-historia). A atividade faz parte da tarefa “Excluídos das História” e foi realizada entre os dias 3 e 8 de junho de 2019 por 6.753 alunos organizados em grupos.
As equipes produziram, a partir de um template criado na plataforma da prova, quatro páginas de um livro didático imaginário onde apresentaram um personagem que avaliaram como relevante, apesar de não terem datas comemorativas, monumentos ou destaque dentro dos livros didáticos.
Para a produção da tarefa, os alunos tiveram de fornecer uma imagem da personagem (fotografia, gravura ou desenho); preparar um esboço biográfico e explicar por que a consideravam expressivo. O projeto também contava com uma foto representando do grupo e um mapa automaticamente gerado indicando a que estado pertencia o sujeito escolhido.
O trabalho foi realizado pelos estudantes que chegaram à fase 5 da ONHB. Na etapa seguinte, as mesmas equipes tiveram a missão de corrigir a tarefa de outros grupos e fazer a correção delas.
“Os resultados foram tão interessantes que decidimos ampliar o livre acesso a esse material, fruto da pesquisa de nossos participantes, alunos e professores de história de escolas de todos os estados do país”, afirma a coordenadora da ONHB e professora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, Cristina Meneguello
Como surgiu a ideia
A ONHB, embora não seja uma prova temática, traz em cada edição um assunto sobre o qual é proposto uma reflexão ao longo das fases. Na 11ª edição, inspirados em parte pelo debate acarretado pelo samba-enredo “Histórias para ninar gente grande”, da Escola de Samba Mangueira, foi proposto aos participantes a realização da tarefa “Excluídos da História”.
O grupo de elaboradores da prova também se baseou nesta expressão que foi amplamente divulgada quando, em 1988, foi publicada pela primeira vez no Brasil a tradução da coletânea de onze textos da historiadora francesa Michelle Perrot, intitulada de “Os Excluídos da História”. A autora trouxe um novo olhar para sujeitos da história que eram muitas vezes deixados de lado: a classe operária, as mulheres e os prisioneiros.
A coordenadora da ONHB explica que essas pessoas não eram excluídas da história, mas sim, das narrativas da história, por escolhas que as tornavam invisíveis ou pouco importantes. “Narrativas essas que celebravam e criavam heróis e acontecimentos ao mesmo tempo tornando invisíveis outros sujeitos que, ainda que historicamente igualmente importantes, não eram consideradas como tal.”
Para consultar os trabalhos, acesse: https://www.olimpiadadehistoria.com.br/especiais/excluidos-da-historia
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